segunda-feira, 12 de maio de 2014

Outra empresa chinesa testa ônibus elétrico híbrido no Brasil

Duas unidades do BIOBus, da CSR Times Eletric Vehicle Ltda, vão circular entre Curitiba e São José dos Pinhais. Empresa chinesa deve ter planta no Paraná.





FOTO:DIVULGAÇÃO
FONTE:BLOG ÔNIBUS BRASIL.



O transporte coletivo já é uma solução em prol do meio ambiente pelo fato de um ônibus poder substituir de 70 a 150 carros nas ruas, aproveitando melhor o espaço urbano e emitindo menos poluição que todos estes veículos juntos.

Quando os ônibus, no entanto, possuem tecnologias de tração alternativas ao petróleo, os ganhos ambientais se tornam maiores.

Entre Curitiba e são José dos Pinhais, serão testados dois ônibus elétricos híbridos chineses.
Denominados no Brasil de BIOBus, os ônibus são de fabricação da empresa chinesa CSR Times Eletric Vehicle, importados pela brasileira IFX-Hybbus. A apresentação oficial dos ônibus menos poluentes ocorreu nesta terça-feira, dia 18 de março de 2014.

Em dez dias, os ônibus devem começar a fazer a linha não integrada entre o terminal central de São José dos Pinhais e o terminal do Guadalupe, em Curitiba. Os testes serão gerenciados pela Coordenadoria da Região Metropolitana de Curitiba – Comec, autarquia do Governo do Estado do Paraná.

Diariamente, os dois ônibus devem circular 300 quilômetros e vão atender a cerca de 700 pessoas. Os testes devem durar seis meses. Antes de operar com passageiros, a importadora IFX-Hybbus realizou testes entre setembro de 2013 e fevereiro de 2014.

A tecnologia é paralela, ou seja, os dois propulsores fazem o ônibus se movimentar, diferentemente da tecnologia em série, pela qual o motor a diesel tem a função apenas de ser gerador de energia elétrica.
No caso do BIOBus chinês de Curitiba, quando o ônibus para nos pontos ou em semáforos e em velocidade de até 40 quilômetros por hora, ele é movimentado pelo motor elétrico. São nestas condições que um ônibus a diesel convencional mais polui. Ao ultrapassar esta velocidade, entra em operação o motor a diesel ou biodiesel.

Com isso, o consumo de combustível pode ser reduzido em 50% e a diminuição no número de emissões varia entre 35% e 80% dependendo do tipo de poluente lançado na atmosfera.

Os modelos não possuem baterias de ácido ou lítio, que segundo a fabricante têm alto custo de aquisição e precisam de um descarte especial ao final da vida útil. O BioBUS também possui sistema Start/Stop pelo qual o gerador de energia fica desligado em 50 % do tempo de atividade do ônibus. De acordo com as necessidades dos dias atuais, oferece ainda ar condicionado e serviço de Wi-Fi. A direção elétrica traz maior segurança e conforto ao motorista e aos passageiros, além de ser de fácil manuseio e manutenção.
A emissão de poluição sonora também é menor e por não necessitar de marchas como nos ônibus tradicionais, os passageiros não enfrentam solavancos e arrancadas bruscas.

Na apresentação dos veículos, o secretário estadual do Desenvolvimento Urbano, Ratinho Junior, disse que pelos elevados custos de importação, o Governo do Estado tem planos de trazer a empresa chinesa para o Paraná.



ÔNIBUS COM TECNOLOGIA LIMPA NO BRASIL (EM TESTES OU OPERAÇÃO)

Além dos modelos em Curitiba, existem ônibus com tecnologias não poluentes que já operam no Brasil de forma comercial ou estão em testes. Entre os principais estão:

HIBRIBUS VOLVO (fabricado em Curitiba): Tecnologia Híbrido Paralela. Até os 20 quilômetros por hora, quem traciona o ônibus é o motor elétrico no sistema paralelo. Esta velocidade corresponde a 40% das operações de um veículo urbano, caracterizadas por diversas paradas ao longo do percurso. Também é nesta velocidade que um motor diesel polui mais. A partir de 20 quilômetros por hora, entra em operação o motor diesel, que é menor que o dos ônibus convencionais.

HÍBRIDO BR/MERCEDES-BENZ (fabricado em São Bernardo do Campo): Tecnologia Híbrido em Série ou Híbrido Seriado. O motor a diesel funciona durante toda a operação, mas não é responsável pela movimentação do ônibus, atuando apenas como gerador do motor elétrico que faz o ônibus funcionar o tempo todo. O ônibus possui um sistema de baterias feitas pela Moura que consegue armazenar e aproveitar melhor a energia. Não há desperdício do que é gerado pelo motor diesel e pelo sistema de frenagem regenerativa (quando o sistema armazena a energia que não é usada nos momentos de menos esforço do ônibus).

E-BUS ELETRA/MITSUBISHI (montado em São Bernardo do Campo): Ônibus 100% elétrico, sem a necessidade de rede aérea Está em testes na extensão do Corredor Metropolitano ABD, entre Diadema e a estação de trens da CPTM Berrini. É um ônibus articulado de chassi Mercedes-Benz. No Terminal Metropolitano de Diadema, há uma estação para as baterias serem recarregadas. São planejadas quatro recargas rápidas de quatro minutos em média cada, ou uma recarga de dez minutos a cada 50 quilômetros percorridos. Na garagem, o veículo recebe uma recarga lenta de quatro horas. As baterias e parte do sistema foram feitas pela divisão brasileira e pela divisão japonesa da Mitsubishi. Também uma parte do sistema e a integração dos equipamentos couberam à Eletra.

Ônibus Elétrico Puro BYD (fabricado na China). O veículo é testado em São Paulo e também já passou por testes em Brasília, Salvador e Palmas. É 100% elétrico e as recargas são feitas na garagem. A autonomia do ônibus é de cerca de 250 quilômetros e a emissão de poluentes é zero.

-Trolebus Eletra/WEG (fabricado em São Bernardo do Campo): Os veículos ainda dependem de rede aérea, mas estão modernizados. Alavancas pneumáticas reduzem os riscos de quedas durante o trajeto. O sistema é de corrente alternada, considerado mais moderno, e os ônibus possuem baterias que permitem circulação entre quatro e sete quilômetros sem necessidade da rede de fios.

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

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