segunda-feira, 24 de março de 2014

Nove maiores cidades do País perdem R$ 90 bilhões por ano por falta de condições melhores nos transportes

Cálculos do Instituto Akatu ainda revelam que maiores problemas ocorrem nos sistemas de trens.



FOTO:DIVULGAÇÃO
FONTE:BLOG ÔNIBUS BRASIL



As nove maiores capitais do País jogam fora por ano R$ 90 bilhões por causa da falta de prioridade e das más condições dos transportes.

Este dinheiro é referente à perda de produtividade do trabalhador nestas capitais, levando em conta somente os deslocamentos diários acima de uma hora. O valor corresponde a 2,5% do PIB. Por causa das dificuldades nos transportes, o trabalhador produz 5% menos.

Os cálculos são de Helio Mattar, do Instituto Akatu, pelo consumo consciente.

Nas nove maiores regiões metropolitanas, 15,8 milhões de pessoas usam o transporte público por dia.
Os maiores problemas ocorrem nos trens suburbanos. Diariamente, o gasto de tempo com os deslocamentos dos trabalhadores é de 82 minutos. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, este tempo sobe para 90 minutos nos trens e metrô.



Em São Paulo, segundo o professor de engenharia de tráfego da USP, Telmo Porto, os trens da CPTM operam 50% da jornada no limite da capacidade. São cinco horas pela manhã e cinco horas à tarde/noite com o máximo que as linhas poderiam oferecer.

Além de dinheiro, o país perde qualidade de vida. Se o trabalhador economizasse um quarto de tempo diário num período de 35 anos de vida profissional, ganharia 9 anos de tempo livre. Essa economia de tempo que resulta em qualidade de vida vem principalmente pela redução das horas semanais de deslocamentos.


As soluções são bem conhecidas e podem ser divididas em três pontos principais, todos com o mesma relevância e que dão base para outras ações:

1) Políticas públicas constantes que privilegiem o transporte coletivo não apenas no espaço urbano, mas na gestão e nos investimentos, não se limitando assim, a eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas, ou a programas como o PAC, que apesar de importantes, são pontuais.

2) Modernização e expansão das redes metroferroviárias.

3) Investimentos pesados e sérios nos sistemas de ônibus, com criação de espaços como BRT – Bus Rapid Transit – corredores modernos que aumentam a velocidade dos ônibus e o conforto para os passageiros.



Os objetivos são não sobrecarregar o sistema metroferroviário, fazer ligações entre linhas de trens e metrôs evitando estrangulamento nas estações já saturadas e levar transporte eficiente aos locais onde não há condições técnicas e financeiras para que haja um sistema de trilhos. Mesmo onde não haja possibilidade de corredores de ônibus, faixas exclusivas e melhor cuidado com as vias por onde os coletivos trafegam já melhoram a qualidade dos serviços.

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes
Com informações de o “Fantástico”, da Rede Globo.

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