FONTE:G1 PARAIBA / PORTAL CORREIO / SANTA RITA EM FOCO / BAYEUX JOVEM
FOTOS:FACENEWS / FÁBIO ALCANTARA / SANTA RITA EM FOCO / THIAGO SILVA
Uma das vítimas que morreu no local estava grávida. Segundo o delegado, a pressão das ferragens contra o corpo dela foi tão forte que o feto saiu, também morto. A outra vítima foi um homem. “Nenhum deles estava com documentos, portanto, até o momento não temos identificação alguma”, declarou.
De acordo com o tenente Francelli, do Corpo de Bombeiros, todas as ambulâncias foram enviadas para o local do acidente, devido ao grande número de feridos. “Foi preciso apoio de Cabedelo, Samu e PRF”, declarou. Segundo ele, a população desvirou o ônibus. As duas pessoas que morreram no local, conforme informou o tenente, provavelmente foram lançadas para fora do veículo.
O passageiro Jardel de Oliveira Silva estava no veículo e conseguiu sair sem ferimentos. Ele disse que vinha cochilando e que acordou de repente, já com outras pessoas caídas por cima dele. “Eu não lembrou bem como foi, mas acho que o ônibus chegou a capotar umas três vezes”, frisou.
Outro passageiro disse que ficou sem ar, desesperado, no momento que percebeu que o ônibus estava capotando. “Eu estava sentado na parte de trás do ônibus. De repente vi pessoas caindo na minha direção. Fiquei muito nervoso, mas graças a Deus consegui sair com vida”, afirmou o rapaz, que não revelou o nome.
A assessoria de comunicação do Hospital de Trauma de João Pessoa confirmou na tarde deste domingo (29) que quatro vítimas continuam internadas após o acidente de ônibus que deixou 39 feridos e dois mortos no último sábado (28) próximo às Três Lagoas. Um dos pacientes, mulher de 43 anos, está com quadro mais complicado, em estado considerado gravíssimo, e continua em observação.
O inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Anderson Poddis explicou que normalmente o prazo para a conclusão do boletim de ocorrência e a divulgação do laudo é de 96 horas (quatro dias), mas em acidente mais graves ele é estendido para até 10 dias.
Os outros três pacientes também deram entrada no hospital entre as 5h20 e 6h do sábado. Um homem de 46 anos, outro de 53 anos e uma mulher de 43 anos estão em situação considerada regular. Todos passaram por procedimentos médicos de emergência e seguem sob observação. Outras 35 pessoas feridas foram atendidas e já liberadas.
O Eixo dianteiro que se desprendeu do 50.06 provocando o acidente |
O acidente com o ônibus ocorreu por volta das 5h, próximo às Três Lagoas, em João Pessoa. Conforme o delegado Roberto Jorge de Sousa, da 1ª Delegacia Distrital, o motorista do ônibus perdeu o controle, bateu no poste e capotou na BR-230, quando seguia no sentido Santa Rita/João Pessoa. Havia cerca de 50 passageiros no veículo.
Uma das vítimas que morreu no local estava grávida. Segundo o delegado, a pressão das ferragens contra o corpo dela foi tão forte que o feto saiu, também morto. A outra vítima foi um homem. “Nenhum deles estava com documentos, portanto, até o momento não temos identificação alguma”, declarou o delegado.
Um representante da empresa Santa Rita, proprietária do ônibus acidentado, garantiu que o veículo estava com a manutenção em dia e também garantiu que o motorista era experiente. “Temos que aguardar os profissionais fazerem o levantamento na perícia para identificar se foi falha humana, defeito mecânico, ou foi para desviar de obstáculo. No momento a preocupação é com as vítimas e com os familiares”, disse o gerente operacional, Luiz Carlos André.
O 50.06 antes do acidente fatal |
A Veja a Analise do Acidente
1 - Feixe de molas do sistema de suspensão (lado direito). Fixo ao eixo e ao chassi do veículo, este feixe é uma das peças mais difíceis de soltar em impactos, por motivos óbvios: ele suporta todo o peso do veículo e as forças que incidem em manobras (curvas) e frenagens. Se fosse fácil soltar, seria impossível trafegar com um veículo que pesa dezenas de toneladas.
2 - Local de fixação do feixe molas ao eixo (lado esquerdo). Este segundo feixe simplesmente não aparece na foto. Ele não soltou apenas do chassi do ônibus, ele separou-se do eixo também.
3 - Paralamas. A carroceria do ônibus aqui está amassada, nas duas laterais, onde há o contorno de abertura do paralamas. Isto indica que as rodas teriam forçado esta região enquanto o veículo estava "de pé", provavelmente deslizando sobre eixo e rodas soltos da suspensão. Óbvio, sem qualquer controle de direção sob estas condições.
4 - Rodas e pneus traseiros estourados. O indício aqui é que um impacto brutalmente forte simplesmente estourou não apenas um pneu, mas dois deles, já que neste eixo estes veículos trazem um par de rodas para melhor distribuição de peso sobre o pavimento. Estes pneus (cada) suportam mais de 40 toneladas de peso sobre eles (quando calibrados corretamente) tranquilamente, sem absolutamente nenhum risco. Não faço ideia sobre a força de impacto necessário para estourar um pneu, mas pode considerar que seria preciso atingir algo pontiagudo, metálico ou pedregoso, com força de centenas de toneladas para estraçalhar dois pneus e entortar rodas de aço assim. Provavelmente o eixo dianteiro "rolou" por baixo do ônibus desgovernado até atingir estas rodas, estourando os pneus e jogando a traseira do veículo pelos ares, causando o tombamento para esquerda.
5 - Paralamas esquerdo. O indício de que as duas rodas dianteiras estavam soltas antes do ônibus tombar é reforçado aqui. O paralamas sofreu a mesma deformação que o dianteiro direito. Do lado direito é possível ver que as baterias, que ficam em um compartimento atrás do paralamas, foram arrancadas com a deformação da carroceria.
Nada causaria tudo isto, nem mesmo um buraco (o pavimento neste local é impecável, sem qualquer buraco, vala, quebramolas, nada), ou pedra. Um ônibus/caminhão, passa sobre estes obstáculos sem danos semelhantes a este, ainda que com algum risco de tombar ou perder o controle, mas jamais arrancando o eixo desta forma.
Este eixo saiu com o balanço do veículo, numa reta. Ele já deveria estar com os suportes completamente desgastados, por anos de circulação sem nenhuma manutenção. Os sinais de desgastes do sistema de suspensão todos os passageiros que usam os serviços destas empresas já sentiram, no desconforto a bordo. Não é o único veículo circulando sob estas condições. Agora mesmo o restante da frotas desta e outras empresas está em circulação, levando milhares de vidas, correndo o mesmo risco de acidente.
As denúncias sobre o sucateamento e falta de manutenção tbm sempre foram feitas. O poder público, omisso, hoje tem sangue nas mãos.
Willian Santos comentarista do Santa Rita em Foco
O Ônibus da Rodoviária Santa Rita que sofreu o acidente no inicio da manhã de sabado era do modelo Ciferal/Citimax Chassi Mercedes Bens (OF-1722M) de placas "LCF 3787" oriundo da Viação redentor do RJ Prefixo (RJ 47562),foi adquirido pela Rodoviária Santa Rita em 2011 junto com os Neobus Mega IV
O Último Trajeto do 50.06 até o acidente
Ele saiu por volta da 4:00 da garagem da Rodoviária Santa Rita fazendo a linha 5010-Distrito/Tibiri na primeira viagem do sábado ele fez um circular antes de seguir pela BR-230 veja por onde ele passou.
1º Marcos Moura
2º Tibiri
3º Alto da Populares
4º Santa Rita
5º Bayeux
O 50.06 estava trafegando na BR 230 entre o Corpo de Bombeiros e as 7 Lagoas proximo a entrada do Bairro das Industrias quando o eixo dianteiro saiu provocando o caportamento violento Veja mais fotos do local do acidente.
A empresa responsável pelo ônibus que se envolveu em um grave acidente na manhã deste sábado (28), emitiu uma nota de esclarecimento sobre as condições em que o veículo se encontrava, ao mesmo tempo que revela o pesar pelas vítimas fatais. Na nota, a empresa ainda afirma que irá prestar total assistência às vítimas e familiares.
Veja a nota na íntegra:
NOTA OFICIAL
A direção da Rodoviária Santa Rita lamenta o acidente ocorrido na manhã deste sábado, dia 28 de setembro, e afirma que vai prestar toda a assistência às vítimas e seus familiares nas ações que a legislação impõe para casos desta natureza.
A empresa esclarece ainda que o veículo envolvido no acidente está dentro dos padrões de operação exigidos pelas normas pertinentes e que tinha apenas sete anos de uso, portanto em consonância com as regras de operação intermunicipal que estabelece um prazo de 10 anos para renovação da frota.
Por fim, a direção da empresa reitera que já iniciou todos os procedimentos para apurar, com rigor, as causas deste acidente.
Santa Rita, 28 de setembro de 2013
A direção
Nenhum comentário:
Postar um comentário