Sistema fica dividido em quatro lotes, mas um deles não será
licitado. Empresas vão ganhar pelo aumento do número de pessoas no
sistema de transportes coletivos.
FOTO:SUELEN AMANDA MARCELINO MARTINS / JESSICA RODRIGUES
FONTE:BLOG ÔNIBUS BRASIL
A EPTC – Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre,
no Rio Grande do Sul, publicou nesta segunda-feira, dia 31 de março de
2014, o edital de licitação das linhas de ônibus da cidade.
É a primeira licitação da história dos transportes na Capital Gaúcha.
Até agora, as empresas estão operando por permissões precárias, o que
contraria a Constituição Federal de 1988 e a Lei 8666/93. Pela lei,
serviços públicos prestados por empresas privadas devem ser regidos por
contratos firmados após concorrência pública que estipule melhores
preços e maior qualidade.
O sistema de Porto Alegre é dividido em quatro lotes: Norte, Sul,
Leste e Transversal. O Transversal, com serviços que ligam os demais
lotes, é o único que não vai ser licitado, já que é operado pela empresa
pública Carris de Porto Alegre.
De acordo com o edital, a atual frota de 1 mil 701 ônibus vai ser
ampliada em 70 veículos no primeiro ano de operação. Ônibus de 12 metros
a 14 metros só vão ser permitidos em linhas de baixa demanda. Nas
linhas de maior movimento, o edital prevê ônibus padrons a partir de
13,2 metros, de três eixos, de 15 metros, e articulados de 18,6 metros a
23 metros.
As empresas ou consórcios que vencerem cada lote também vão operar o
sistema de BRT – Bus Rapid Transit, de corredores de ônibus.
Com isso, segundo a EPTC, haverá mudanças em pelo menos 85% das
atuais linhas de ônibus. Muitas delas devem ser reduzidas e vão se
tornar alimentadoras das linhas troncais operadas no sistema de BRT.
A Bilhetagem Eletrônica, hoje de responsabilidade da Associação dos
Transportadores de Passageiros de Porto Alegre e Região Metropolitana,
ficará a cargo da prefeitura, conforme sugestão do TCM – Tribunal de
Contas do Município de Porto Alegre.
Além do controle da arrecadação das passagens, a prefeitura vai
acompanhar o sistema por uma central de monitoramento instalada em
parceria com as empresas de ônibus. Cada veículo deve ser dotado de
aparelhos de GPS.
Todos os ônibus vão ter ar condicionado em até cinco anos após a
assinatura dos contratos. No primeiro ano, ao menos 15% da frota já
devem possuir o equipamento de conforto para os passageiros e
funcionários do setor de transportes. O aumento da frota com
refrigeração até a totalidade será gradativo.
A lotação máxima permitida em cada ônibus passa de seis pessoas por metro quadrado para quatro pessoas no mesmo espaço.
As empresas de ônibus também serão remuneradas a mais por
produtividade. Assim para cada passageiro a mais que entrar no sistema,
as empresas recebem 50% e o número de novos passageiros para a
remuneração terá cálculo diferente do número de usuários previsto nas
linhas.
Por exemplo, se uma linha tem a previsão de transportar 10 mil
pessoas e conseguir atender 11 mil pessoas, para a tarifa e remuneração
serão calculados os 10 mil passageiros pela metodologia geral e sobre os
mil passageiros a mais, a empresa vai receber ganho de produtividade
referente os 500 usuários – 50% sobre o acréscimo da demanda.
As propostas de empresas e consórcios interessados devem ser
apresentadas em 60 dias. Depois serão mais 60 dias para análise. Após
este prazo serão definidos os vencedores, isso se não houver ações
judiciais ou outros entraves.
O principal critério para a escolha das empresas e consórcios é a
tarifa-técnica. Vence quem atender todos os requisitos do edital pela
menor tarifa.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes
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