Empresa de ônibus circulou por uma região que era de terra batida e hoje é uma das áreas mais urbanizadas de São Paulo.
FOTO:AUTOMÓVEIS EM GERAL / VALDEMAR FREITAS JUNIOR
FONTE:BLOG ÔNIBUS BRASIL
Quando algum paulistano mais antigo se refere à região do Jardim da
Saúde, Cursino e Vila Moraes, na zona Sudeste de São Paulo, com certeza
vai ter recordações boas de uma São Paulo mais simples, de uma região
calma, mas que não poderia escapar do crescimento urbano e econômico.
O jardim da Saúde começou a ser formado em 1921, quando São Paulo
dava ares de se tornar metrópole. Foram unidas duas glebas de terra, de
cerca de 700 mil metros quadrados cada. A primeira ficava onde é hoje a
Avenida Bosque da Saúde e pertencia a Oscar Rodrigues e Horácio de Melo.
A segunda gleba foi comprada em 1938 por Paulo de Almeida Barbosa,
Diogo de Toledo Lara e Antônio Toledo Lara Filho.
O planejamento para a transformação das terras em bairro teve como
base desenhos da Companhia City sendo idealizados pelo arquiteto e
urbanista Jorge Macedo Vieira.
Para os padrões da época, a região teve um crescimento rápido graças
ao transporte que facilitava o acesso ao centro. A primeira linha de
bondes foi em 1925. De acordo com o Portal do Ipiranga, a linha 30 saia
do início da Av. Bosque da Saúde com a Av. Jabaquara, em uma antiga
parada chamada Primeira Sessão, hoje Praça da Árvore, vindo até o famoso
“ponto final do bonde”, entre as ruas Tiquatira e Jussara. Era uma das
opções para entrar no bairro.
Uma das principais vias da região anos depois dos loteamentos foi a
Avenida do Cursino. Até os anos de 1940, se chamava Rua Diogo Welshe. A
via era a prova do contraste de São Paulo na época. De terra batida,
começou a receber veículos automotores, mais ainda era comum o tráfego
de carros de bois, além de carneiros e cavalos. Ficou depois conhecida
como Estrada do Cursino porque era um dos principais acessos ao sítio do
Capitão André Cursino.
Entre os anos de 1950 e 1960, com o crescimento da industrialização
em São Paulo, a região foi considerada de localização privilegiada. Não
ficava muito distante do centro e era de fácil acesso à região
correspondente ao ABC Paulista, que recebia boa parte das montadoras de
veículos.
Com este crescimento populacional, era necessária uma maior oferta de transportes.
Já se destacava a comunidade portuguesa no setor.
De acordo com a Junta Comercial do Estado de São Paulo, em 27 de janeiro de 1961 era constituída a Viação Bristol Ltda, sem dúvida umas das mais tradicionais empresas de ônibus da cidade de São Paulo.
Entre ruas de terra, paralelepípedo e asfalto, pelas janelas dos
ônibus da Bristol era possível ver com o tempo o alargamento de ruas, de
avenidas, a criação de mais loteamentos, o aumento da população e das
atividades econômicas da região, que não deixou de ser predominantemente
residencial, tendo até hoje áreas verdes. A Avenida do Cursino era uma
das rotas da empresa que fez parte da reorganização do sistema de
transportes em 1978 promovida na gestão de Olavo Setúbal. As pinturas
forma “padronizadas” no sistema saia e blusa, pelo qual qual a saia –
parte interior da carroceria na altura das rodas indicava a região
servida. A cidade passou por uma nova divisão de linhas e lotes. A
Bristol era o lote 17.
Sua constituição Societária mostrava a presença forte dos portugueses
nos transportes em São Paulo, em especial de José Ruas Vaz até hoje o
maior empresário da cidade que detém mais de 50% do sistema: José Ruas
Vaz (português), Antônio Simões Fonseca (português), Armando Alexandre
Videira (português), Armelin Ruas Figueiredo (português), Carlos Abreu
(brasileiro), Francisco Parente dos Santos (português), Francisco Pinto
(português) , Joaquim Antônio do Val (brasileiro), José de Abreu
(brasileiro), Manuel Bernardino de Almeida (português), Marcelino
Antônio da Silva (português).
Em 20 de julho de 2001 era constituída a Via Sul Transportes Urbanos, com a união de algumas empresas do Grupo Ruas: Auto Viação Taboão Ltda – lote 16, Viação Tânia de Transporte Ltda – lote 31 e Viação Bristol Ltda – lote 16.
O grupo se preparava para a licitação de 2003 que dividiu a cidade em
oito áreas operacionais. A viação atende a área 5 sudeste Verde Escuro,
também prestando serviços em alguns bairros das zonas Sul e Leste, com
84 linhas.
O grupo se preparava para a licitação de 2003 que dividiu a cidade em
oito áreas operacionais. A viação atende a área 5 sudeste Verde Escuro,
também prestando serviços em alguns bairros das zonas Sul e Leste, com
84 linhas.
O grupo Ruas, que também é dono da encarroçadora CAIO,
pretende continuar sendo o maior da cidade e se prepara para a nova
licitação que deveria ser realizada no ano passado, mas depois da série
de protestos sobre os transportes, a Prefeitura recuou. Foi contratada
uma empresa para realizar auditoria nos custos do sistema e a licitação
só deve ser finalizada em 2015. A constituição empresarial da cidade
deve mudar pouco.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes
Deveria Pertencer ao Consórcio Via Sul a Transkuba e Não a Viação Tânia Transportes
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